Há milhões de anos atrás,
No principio, onde tudo era mistério,
Quando formou-se o céu e as estrelas
Os deuses guiavam o homem incapaz
Sem discernimento nem critério
Eram meros fantoches sem bandeiras.
Não se conhecia dor, nem desespero
Uma Idade de Ouro comandada pelo Olimpo
A paz reinava por inteiro
Entre os protetores da humanidade,
Havia Prometeu, cujo nome antecede
Irmão de Epimeteu, que retrocede.
Este ficou responsável pela criação dos seres
Desde sua forma até seu interior
Distribuindo-lhes virtudes e poderes.
Mas ao criar o ser superior a todos os demais
Se deu conta que não sobrara uma sequer qualidade
Devia-lhe dar virtudes especiais
Prometeu lembra-se então da imortalidade.
O fogo custodiado pelos Deuses
A chama do discernimento.
Prometeu decide rouba-lo
E entregar aos homens o conhecimento.
Ele sobe ao Olimpo, em uma insana jornada
Para pegar apenas uma chama do fogo sagrado
Mas sabia que a Zeus ele não agradará
Foi então por longas eras castigado
Acorrentado no monte Cáucaso
Onde um abutre seu fígado devorava
Todo dia sem descanso,
E quando a noite, sua dor apaziguava
O abutre n’outro dia lá estava.
Era o inicio de uma nova era
Os homens conheciam apenas a ignorância
Foi necessária antes a guerra
Para acender nos homens a esperança
A provação do fogo, do ar, da água e da terra.
Era o inicio de uma civilização
Da cultura e das artes
Das ciências e religião
A procura do fogo em todas as partes
Prometeu é o marco de passagem
Da ignorância à sabedoria
É a dor necessária da viagem
Ao alcance da verdade
É a esperança que nos faz continuar
É a vida em cada átomo
É o que nos move
E não nos deixa parar
É o elo entre os Deuses e os homens
É o próprio fogo que consome.
Hoje, somos a prova de que o elo não foi rompido,
A esperança continua viva em cada coração aqui presente,
Todos tem vivido
Em busca dessa chama ardente.
É uma aspiração natural
Em querer a verdade
Dominando o instinto animal
Com a supremacia da espiritualidade
Somos todos discípulos
Dessa magica corrente,
Unidos em torno de um mesmo ideal
Com os mesmos princípios transcendentes
Que possamos agora transmitir
O que nos foi ensinado
Que deixamos fluir
As reminiscências do passado
Para assim buscar a essência
Da vida e do fogo sagrado.